terça-feira, 26 de abril de 2011

Outono


Poeminha de Rilke

Dia de Outono

Senhor: é mais que tempo.
O verão foi muito intenso.
Lança a tua sombra sobre os relógios de sol
e por sobre as pradarias desata os teus ventos.

Ordena às últimas frutas que fiquem maduras;
dá-lhes ainda mais uns dois dias de calor,
leva-as à completude e
não deixes de por no vinho pesado sua última doçura.

Quem não tem casa, não a irá mais construir.
Quem está sozinho, vai ficá-lo ainda mais.
Insone, há de ler, escrever cartas torrenciais
e correr as aléias num inquieto ir e vir
enquanto o vento carrega as folhas outonais.

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