terça-feira, 26 de abril de 2011

Outono


Poeminha de Rilke

Dia de Outono

Senhor: é mais que tempo.
O verão foi muito intenso.
Lança a tua sombra sobre os relógios de sol
e por sobre as pradarias desata os teus ventos.

Ordena às últimas frutas que fiquem maduras;
dá-lhes ainda mais uns dois dias de calor,
leva-as à completude e
não deixes de por no vinho pesado sua última doçura.

Quem não tem casa, não a irá mais construir.
Quem está sozinho, vai ficá-lo ainda mais.
Insone, há de ler, escrever cartas torrenciais
e correr as aléias num inquieto ir e vir
enquanto o vento carrega as folhas outonais.

quinta-feira, 10 de março de 2011


Leituras por aí:

" O que o mantém existindo? É o medo da tristeza de sua mãe, uma tristeza tão grande que ele não suporta pensar nisso por mais que um segundo? (Ele a vê num quarto vazio, parada em silêncio, as mãos cobrindo os olhos; então ele fecha a cortina sobre ela, sobre a imagem.) Ou há alguma outra coisa nele que se recusa a morrer?"
J.M.Coetzee em Infância

Que eu possa logo ler os outros dois volumes da trilogia: Juventude e Verão. Primeiro, though, vou ler Disgrace que comprei em julho e até agora não me "chamou" pois a capa é horrorosa...
Aliás, esta capa da Cia das Letras também não é lá estas coisas. Ah, e tem que se preparar para a falta de notas de roda pé e de um glossário com as expressões que ficaram no idioma africânder!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

poesia

Pois é...Coisas de Flori! melhor: coisas dos programadores dos cinemas da cidade...
O filme de Andrucha Waddington "Lope" nunca passou aqui e acho q nem vai passar. Pena.
Sobre o poeta e dramaturgo espanhol, o filme estreou já em 2010.










Bem, pelo menos tem um soneto do poeta que posso colocar aqui:

A La Noche


Noche, fabricadora de embelecos,
loca, imaginativa, quimerista,
que muestras al que en ti su bien
conquista
los montes llanos y los mares secos;

habitadora de cerebros huecos,
mecánica, filósofa, alquimista,
encubridora vil, lince sin vista,
espantadiza de tus mismos ecos:

la sombra, el miedo, el mal se te atribuya,
solícita, poeta, enferma, fría,
manos del bravo y pies del fugitivo.

Que vele o duerma, media vida es tuya:
si velo, te lo pago con el día,
y si duermo, no siento lo que vivo.


Bom, agora, mais uma imagem do filme